1 ANO SEM VOCÊ .
Olá meninas (o),
Hoje viemos trazer um post, depois de quase um ano sem vir aqui; Hoje o dia amanheceu mais triste, os passarinhos não cantaram, o sol quase não saiu, e o coração se entristeceu, faz exatamente 1 ano que estamos sem a Nathy, e durante esse tempo houve um grande ponto de interrogação quanto a continuidade desse trabalho(blog), ainda sem qualquer tipo de certeza, decidimos, eu(Renata), a irmã(Nagila) e a Família Oliveira, publicar um post hoje; Esse post nos traz um texto que durante esse 1 ano encontramos nas agendas da Nathalia, esse texto é um breve relato de uma Nathy que poucos conheciam e hoje decidimos compartilhar ele com vocês.
DESESPERO
"Às vezes, me batia um desespero de ir logo para casa; Uma imensa vontade de chorar na tentativa de acabar logo com todo esse sofrimento; Me livrar da dor e conseguir sair enfim, dessa prisão invisível dentro de mim mesma, onde meu corpo se transforma em grades das minhas tão sonhadas atitudes e pensamentos.
Estava presa, por mais que eu quisesse e me esforçasse, sozinha jamais sairia dela, e o pior era saber que ninguém, absolutamente ninguém, podia fazer nada para me tirar daqui. Ninguém podia vestir uma capa de super-herói e mudar meu quadro, vencer algo tão invencível. Essa maldita doença, a tal fibrose cística, que queria fazer de mim prisioneira e como eu mais temia, ela sempre conseguia, acabando comigo aos poucos, porque na verdade o problema não é, e nem nunca foi morrer. Mas sim, estar morrendo, em um processo contínuo e não poder viver, poder apenas existir. E ainda de uma maneira que chega a ser cruel, sei que existem patologias tão ruins quanto ou talvez até piores, mas estou falando de mim e dessa doença que insiste em fazer parte de mim, em ser denominada como minha, quando na verdade não é, na verdade ela insiste em ser denominada como eu, como Nathalia; Afinal, a Fibrose Cística só morreria se eu morresse, não sairia de mim e nem eu dela. Então, na verdade, somos uma só. Me lembro de ter lido algo parecido escrito por John Green em “A culpa é das Estrelas”, tive uma direta identificação com o personagem Gus quando relatava que ele era o câncer, pois é, como mataríamos essas doenças que na verdade fazem tão parte da gente como nós mesmos?! Também não sei responder a essa questão.
Só sei que continuo a ser uma adolescente como qualquer outra, me preocupo com a roupa que vou vestir, se preciso lavar meu cabelo ou se dá para sair de casa assim mesmo, se ele já leu e vai me responder a mensagem...
Mas com o tempo fui aprendendo que os momentos em que me via desesperada ao invés de continuar me revoltando, era só voltar meus pensamentos para Ele, esse mesmo, Aquele que me criou, e que Ele sim, pode todas as coisas. Com isso me vejo renovada, sei que uma hora isso tudo cessará, terá um fim; e que valerá a pena cada lágrima, cada dor e lembrança desse sofrimento. Algo já me dizia que tudo serviria para uma finalidade específica, que tudo isso seria um grande aprendizado.
Fui aprendendo ainda a valorizar muito mais tanto as pequenas quanto as grandes coisas, porque o que eu passo já faz de mim uma nova pessoa. Cada vez mais tenho outra visão, e eu sei que Nele posso confiar. Ainda que só, aparentemente abandonada, meu coração confia e está em paz. Afinal, eram nos meus momentos de reclusão e de maior desespero com choros incontroláveis e gritos quase inconscientes, que Ele se fazia presente, me consolava como quem nina um bebê e colocava novamente meu sorriso no rosto, dando força pra próxima dura batalha."
- Em memória de Nathalia Oliveira .
É muito difícil aceitar e entender a perda de alguém, e sem muitas palavras, só lágrimas, e muita saudade, eu escolhi deixar esse louvor abaixo aonde diz que NINGUÉM EXPLICA DEUS !